domingo, 10 de fevereiro de 2013


            





         O VENTO






  É o vento que cobre a memória.
           Não vês esses pilares desvendados, essas escavações?
         Não vês essas cidades, esses banhos, esses teatros romanos, esses poços árabes, essas pedras fenícias, todas essas ruínas que os arqueólogos pensam inventar?
         Alguém enterrou essas ruínas. Quem? Ninguém. Nenhum homem, nenhum músico, nenhum deus. Cobriram-se com o manto do tempo e dormiram.
         Foi o vento que baixou e levantou sobre elas o tempo e a poeira.
         É o vento que nos cobre a memória.


                           

3 comentários:

  1. Se o vento cobre a memória? Cobre mesmo? Ou queremos q seja coberta?

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  2. Talvez tenhamos alguma memória, mas não é seguramente a tal "memória colectiva"... talvez a causa esteja no vento, sei lá eu...

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  3. Será que as crónicas sobre o Vaticano provocaram algum vento que influenciou a resignação do Papa?

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