quarta-feira, 5 de agosto de 2015


                        DEMOS


 
Pelo contrário, o popular tem o mais belo de todos os nomes, a igualdade perante a lei, e não faz nada do que o monarca faz, exerce a magistratura por sorteio e tem um poder sujeito a fiscalização quando apresenta todos os decretos à assembleia. Portanto, proponho que se abandone a monarquia e que se eleve o povo ao poder. É na multidão que está todo o poder.
Megabizo, porém, exortava à instituição da oligarquia. Conferir o poder ao povo não lhe parecia a melhor opinião. Nada há de mais insolente e desprovido de inteligência d que o povo inútil.
Dario discordava, porque havendo três formas de governo, democracia, oligarquia e monarquia, e sendo todas elas ótimas no discurso, eu afirmo que a monarquia é a melhor. Nada melhor do que um homem só, e sábio, para guiar um povo de forma perfeita. Porque na oligarquia costumam acontecer graves inimizades pessoais entre os que administram o Estado, inimizades que geram chacinas e assim se passa para a monarquia, demonstrando ser a monarquia o melhor regime.                              

HERÓDOTO

 


         Os nossos aliados não nos dão cavalos, navios ou hoplitas. Dão-nos dinheiro. Dinheiro que já não pertence a quem o paga mas a quem o recebe para que preste o serviço pelo qual o recebe. A nossa cidade, satisfeitas as necessidades da guerra, deveria empregar as suas disponibilidades em obras que se traduzam em glória eterna e em concreto bem-estar enquanto se executam, criando atividades de vários géneros, provocando as mais variadas necessidades. As obras públicas despertam todas as artes, fazem mexer todas as mãos, dão de comer a toda a cidade, de forma que, ao mesmo tempo que a cidade se adorna se vai alimentando por si.

                                                                           PÉRICLES


         O que deu mais prazer e ornamento aos atenienses e provocou a maior admiração entre os estrangeiros e continua hoje a testemunhar o poder da Hélade é a construção de edifícios sagrados. E todavia, foi o mais denegrido dos atos públicos de Péricles.

                                                                           PLUTARCO


 

         Admito que o povo queira um governo do povo. É impossível admitir que não se queira o próprio bem. Mas aquele que não sendo do povo escolhe viver numa cidade governada pelo povo e não numa outra governada por poucos, tem em mente uma injustiça, porque sabe que uma democracia oferece mais garantias de impunidade aos delinquentes do que uma oligarquia.

XENOFONTE

 



         O ordenamento político não pode fixar por escrito e com precisão todas as disposições. As determinações escritas são feitas em termos universais, enquanto as práticas concretas têm a ver com as coisas individuais. Quando o melhoramento é pouco e não é aconselhável o hábito de abolir as leis com toda a facilidade, é claro que é necessário deixar subsistir alguns erros dos legisladores e dos governantes. A vantagem que seria possível obter com as alterações das leis não equivaleria ao prejuízo em que redundaria o hábito de desobedecer aos governantes.

                                                                           ARISTÓTELES

 

 

         Dirão alguns que o poder do demos não é inteligente nem justo, e que os mais capazes de governar são os que possuem riquezas. Mas eu digo que o demos é a representação de toda a coletividade, enquanto a oligarquia é apenas uma parte dela.
         Os melhores guardas das riquezas são os ricos, sim, mas os inteligentes podem deliberar melhor e decidir melhor depois de terem consultado as partes, a maioria, portanto. E estas categorias têm papéis iguais no governo do povo. Ao contrário da oligarquia, que obriga a maioria a participar dos perigos, gozando de mais vantagens do que os outros, ou, aliás, gozando de todas as vantagens e privando delas os outros, que é o que desejam os ricos e os jovens.

                                                                  TUCIDIDES

 


 

 

 

 

Sem comentários:

Enviar um comentário