A TERRA DOS HOMENS
TRANQUILOS
Corrupção, tráfico de influências, desvio
de fundos, burla qualificada, branqueamento de capitais, corrupção, abuso de
confiança, abuso de poder, falsificação de documentos, fuga ao fisco…
Ao contrário de outros costumes, os
costumes financeiros não são nada brandos no inocente e chamejante país posto
na moda.
E contudo, os homens publicamente
apontados a dedo como autores daqueles e doutros desmandos, às câmaras de
televisão que os abordam dizem-se tranquilos quanto às manigâncias financeiras
que lhes são imputadas. Ah, sim, tranquilos. Why not?
Ricardo Salgado está tranquilo. José
Sócrates está tranquilo. Armando Vara está tranquilo. Como tranquilo está o par
Zeinal Bava/Henrique Granadeiro.
E como tranquilo pareceu Amílcar Morais Pires outro dia na
televisão. Tranquilo estará igualmente o ex-ministro Miguel Macedo. Duarte
Lima, o mais certo é estar tranquilo também, como José Oliveira e Costa, porque
não?
E António Mexia. E o juiz Rangel. E a juíza não sei
quantas, ex-mulher dele. Tranquilos! Manuel Pinho então deve estar
tranquilíssimo refastelado no melhor sofá do seu bruto apartamento de
Manhattan. E tão tranquilo que não diz nem uma nem duas. Tão tranquilo que nem
sequer diz que está tranquilo.
Os da protecção civil, actuais e passados, estão
tranquilos. Os dos bombeiros tranquilos estão. E os dos aviões. E os dos
helicópteros. E os fantasmas implicados no desvio das armas de Tancos.
Luís Filipe Vieira, um pouco menos tranquilo, mas só por
erro no rumo ao penta – tranquilíssimo deve estar no que toca aos boatos que o
perseguem pelos negócios e pelas (alegadas) malfeitorias da bola.
Com 90 e tantos milhões perdoados pela banca intervencionada ficou sossegadíssimo
Bruno de Carvalho. De certeza.
E Pinto da Costa já vai para mais de quarenta anos de
tranquilidade absoluta.
Pois. Na política, na finança, na bola e no fogo está
tudo tranquilo.
E tranquilos porquê todos os escutados,indiciados,
arguidos, suspeitos ou publicamente implicados nas caldeiradas do capital?
Porque todos afirmam a cega e inquebrantável confiança na
justiça que fará deles, daqui a cinco, dez, quinze ou vinte anos, cidadãos
inocentes e homens impolutos um dia infamemente vilipendiados.
Somos autores e vítimas de um terrorismo moral que assola a nossa época e muito particularmente o nosso país. Mas valha-nos os casamentos reais sempre com pompa e circunstância para entreter e anestesiar as consciências...
ResponderEliminarTranquilíssima estará também a tropa fandanga da própria justissa, que diariamente (e quiçá pela noite fora...) vive amancebada com a pocilga moral dos tabloides e televisões mercantis, chafurdando na mais grosseira e impune ilegalidade no que ao segredo de Justiça diz respeito.
ResponderEliminarMas agora cuidem-se, porque o regabofe está prestes a acabar, com as novas Directivas Europeias sobre o direito à imagem.
Super-Procuradores inoperantes, invejosos e raivosos, esperem pela pancada.
Que ela não vos seja leve.
Tranquilíssima estará também a tropa fandanga da própria justissa, que diariamente (e quiçá pela noite fora...) vive amancebada com a pocilga moral dos tablóides e televisões mercantis, chafurdando na mais grosseira e impune ilegalidade no que ao segredo de Justiça diz respeito.
ResponderEliminarMas agora cuidem-se, porque o regabofe está prestes a acabar, com as novas Directivas Europeias sobre o direito à imagem.
Super-Procuradores inoperantes, invejosos e raivosos, esperem pela pancada.
Que ela não vos seja leve.
Obrigado por mudar o estilo do Blog, Joel.
ResponderEliminarAgora já é possível ver os seus artigos antigos através do arquivo.
Muito obrigado! :)