O NAZISMO ÁRABE
Pois
é. Mas percebe-se com relativa facilidade.
Rudolf Hess era natural do Egipto. E era de
mãe muçulmana. E era quem era no Reich, o Vertreter, o sub-führer, ou o
vice-führer, o primeiro na linha de sucessão do führer - antes de lhe dar a
louca e de desarvorar sozinho de avião para Inglaterra.
Bom. Negavam-se os direitos individuais no
nazismo, em troca de uma obediência cega ao führer, ao duce, ao chefe;
negavam-se as prerrogativas individuais no puro e duro Islão pela obediência
cega ao Profeta e seus sucessores e/ou representantes.
Pois é. E percebe-se com mais facilidade
ainda se se conhecer alguma coisa dos primórdios do nazismo e das sociedades
secretas que se moviam na Alemanha. Desde sempre, já se sabe. Mas com acção
particularmente intensiva e militante naquele pós-I Guerra.
O Ordo Templi
Orientis, uma dessas agremiações, com ligações umbilicais ao maluco arabista e
inglês do Alistair Crowley, frequentador assíduo das paragens mais arenosas das
arábias nos anos 20.
E percebe-se ainda melhor se se souber que
um jovem egípcio, de sua graça Hassan Al Banna, reuniu em volta dele um grupo
de outros jovens nacionalistas a que chamou de irmandade. Irmandade Muçulmana,
pois claro.
Era admirador de Hitler o jovem Al Banna. Um
entre tantos, naquelas épocas em que isso não deslustrava ninguém nem revestia
a cor da ignomínia que hoje reveste. Hoje, é claro, já se sabe como o filme
acabou. Naquela época o filme nem tinha ainda começado.
Já se sabe como o filme acabou, ou não
acabou. E se nos anos 20 o Al Banna tinha reunido a Irmandade Muçulmana, nos
anos 30 ele declarava-se um seguidor de Hitler e punha-se a trabalhar para os
serviços secretos do Reich. Quem diz isto é um certo John Loftus, homem muito
ligado às coisas da informação que teve acesso a ficheiros reservados dos EUA e
da NATO.
Pois é. Os da Irmandade Muçulmana, muito
naturalmente, se se pode dizer, como árabes que eram, odiavam os judeus. Sim, a
história é velha. E odiando os judeus, não é preciso ser um génio da dedução
para se alcançar o afã com que estes irmãos muçulmanos faziam o frete a Hitler
no processo de extermínio dos mesmos judeus. E nem queriam nada com democracias.
E falarem-lhes da cultura ocidental para eles eram facadas.
Rebenta a guerra. O Reich estreita relações
com a Irmandade e institui-lhes verbas de apoio como se de um braço de exército
se tratasse.
É quando Rommel vai para o deserto com as suas
divisões de blindados. É quando a Irmandade jura (ficou escrito) o seu apoio a
Rommel na campanha do Norte de África, e garante que daí para o mais próximo
futuro nem um inglês ou americano há-de ser visto, vivo, nas ruas do Cairo ou
de Alexandria.
Vá lá que esse apoio da Irmandade a Rommel não lhe
valeu de muito. Ou antes, valeu-lhe de alguma coisa, sim, pelo que dizem os
cronistas desses sangrentos episódios da II Guerra, e devido à acção dos
batedores árabes que flagelavam frequentemente as tropas aliadas.
Mal a guerra acaba, quem vai a correr para o
Egipto é o famoso oficial comando nazi Otto von Skorzeny – o que havia
libertado Mussolini.
E no Egipto Skorzeny organiza uma espécie de Gestapo
egípcia enquadrada por ex-oficiais SS. E apoiado por quem? Por Allen Dulles,
homem das secretas americanas, da OSS, e fundador da instituição que sucedeu à
OSS, a CIA.
CIA essa estruturada na base dos ficheiros sobre a URSS que o génio
da espionagem nazi, Reinhard Gehlen, havia recolhido durante os treze anos de
nazismo, e que o mesmo Allen Dulles safou da Alemanha mesmo no fim da guerra e
levou secretamente para a América.
Essa espionagem nazi-egípcia teria como inspiração
a seita de Al Wahhabi, do tal Hassan Al Banna, então criador de uma juventude
islâmica encarregada de velar pelos valores e pela moral muçulmanas.
E acabava a II Guerra. E acabada a II Guerra está
na ordem do dia a formação do Estado de Israel. E visto isso, qual era a óbvia
missão mais levada a peito pelos serviços secretos árabes? Está-se mesmo a ver,
não está? Dar cabo do nascente Estado de Israel.
Bate tudo certo. Foram esses
árabes nazis os primeiros a dar luta sem quartel aos recém-instalados judeus.
Os ingleses viram o furo. Podiam usar os árabes nazis como contrapeso aos
árabes comunistas. Era moral. A URSS financiava os árabes comunistas, os
ingleses e americanos financiavam os árabes nazis.
É quando o coronel Gamal Abdel Nasser, em 1954,
expulsa do Egipto a Irmandade Muçulmana. E é a CIA que toma em mãos, pelos anos
50, a trasladação da Irmandade Muçulmana, da seita Wahhabi non grata a Nasser, para a Arábia Saudita.
Em tempo: um dos mais aplicados jovens da
Irmandade Muçulmana transferidos para a Arábia Saudita chamava-se Osama Bin
Laden.
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