domingo, 9 de outubro de 2016


shakespeare 400

      – robert louis stevenson


  Stevenson orgulhava-se muito das suas primeiras leituras de Shakespeare e recordava o prazer que dessas leituras havia tirado.


 
    Só não lera Ricardo III, Henrique VI e Titus Andronicus. Fizera tentativas, mas admitia que nunca na vida os chegaria a ler.
 
 
   Outra insignificância engraçada é o ter gostado entre todas as personagens romanescas da de D’Artagnan, e ter notado que nem Shakespeare alguma vez conseguira personagem tão bem esgalhada como essa de Dumas. Ou, no mínimo, que nunca advertira da obra de Shakespeare personagem com que simpatizasse no mesmo grau.
 
                                                                     
 
 
   Mas também nada na vida o tinha emocionado mais do que o discurso de Kent a Lear.
   E também poucos amigos tinham exercido sobre a personalidade de Stevenson mais forte influência do que Hamlet. Ou Rosalind – com esta encarnada no palco por uma actriz sublime, Sarah Siddons.
 
 
   Delirara com a segunda parte do Henrique IV, quer considera um momento de suprema eloquência. Como do mesmo modo admirara o elogio dos hussardos feito por Falstaff na primeira cena do 4º acto.
 
 
A cena de Rosalind e Orlando era um modelo de declamação. E da nobreza viril do adeus de Othello à guerra nem valia a pena falar.
 
                                                        
 
Tudo isso era música. Era o patamar superior de organização de texto. Era a mais compacta unidade entre as partes, o equilíbrio perfeito de um pêndulo.
 
 

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