CONHECIDOS DOS
SERVIÇOS SECRETOS
Quem
me haveria de dizer aqui há anos que o perigo para a democracia parlamentar não
viria de motivações ideológicas – totalitarismos de direitas e de esquerdas?
Quem me haveria de dizer que o perigo
maior para a democracia estava nas arábias, na religião – o fanatismo religioso
é uma forma de totalitarismo, aceito sem pestanejar…
Todos, ou quase todos, os terroristas
implicados em todos os atentados – ao que se lê na imprensa – foram dados com
conhecidos das polícias e dos serviços secretos de franças, inglaterras,
bélgicas, turquias e alemanhas.
E todos, ou quase todos, os indivíduos
detidos a posteriori por eventual implicação
nesses atentados foram libertados alguns dias depois.
Referenciados pelos serviços secretos
como tipos potencialmente perigosos com ligações ao fundamentalismo islâmico,
não poderiam ser tomadas contra eles quaisquer acções repressivas, prisão, deportação,
algo assim. Porque estamos numa democracia e eles, ainda que perigosos, até
desencadearem uma acção terrorista são tipos pacatos, provavelmente bem
educados, simpáticos, sem nada haver que se lhe possa apontar. Mas continuando
a estar debaixo do olho dos serviços secretos.
O remédio para as populações dos países
democráticos ocidentais, europeus, é estarem sujeitas a arcar com as
consequências trágicas do terrorismo islâmico, em Londres, Paris, Berlim ou
Bruxelas, concebidos e praticados por homens considerados perigosos pelos
serviços secretos e policiais, mas dos quais nenhum crime lhes consta na folha.
Porque estamos numa democracia.
Estamos numa democracia vigiados por
câmaras de vídeo-vigilância em cada aeroporto, estação de Metro ou de caminho
de ferro, serviço público ou supermercado.
O que pouco ou nada obsta aos actos terroristas,
porque há a informática, a cibernética, a internet (ou lá o que é) que os
serviços secretos se vêem e desejam para controlar. E porque alguém, algures,
continuará a pagar directa ou indirectamente esses actos terroristas.
Muita gente deve saber quem fornece os
suportes financeiros, operacionais e logísticos – e ideológicos – aos actos
terroristas. Mas é como se ninguém soubesse. Porque em democracia a iniciativa
é livre, o mercado é vasto e sacrossanto e o petróleo faz muita falta à vidinha
que temos, e que se pode extinguir em menos de um riscar de fósforo às portas
de Westminster ou da Notre Dame.
Reforço: "(...) e que se pode extinguir em menos de um riscar de fósforo às portas de Westminster" (horror!), "ou da Notre Dame" (sacrilégio infame!!), como igualmente de Beirute, de Hanói, de Bagdade, de Istambul, de Teerão, de Grozni, de Cabul, de Bengázi, do Cairo, de Cachemira, de Islamabade, ou de TODA A FAIXA DE GAZA, DIARIAMENTE, mas isso não nos incomoda minimamente, claro. São mortos à metralhadora, de bom fabrico ocidental, ou com "napalm", não com facas e atropelamentos, está tudo certo...
ResponderEliminarE logo a seguir ao texto, ao lado das caras destes três piratas de tez escura, poderiam bem figurar também as fronhas, de pele bem clara, dos nossos amigos Nixon, Nethanyahu, Bush (papai e filhinho do dito), Aznar, Tony Blair e... Darão Burroso. E tantos outros semeadores de violência gratuita por todo o Mundo, mas no parlapiê muito amantes e defensores da "democracia parlamentar" que estes maltrapilhos supostamente "ameaçam". Palavra de honra...