OS
FINANCIAMENTOS DE CAVACO
Ricardo Salgado doou (à
campanha presidencial de Cavaco Silva) o
valor máximo permitido por lei – 22.482 euros -, e o mesmo fizeram António
Ricciardi e José Manuel Fernando Espírito Santo. A estes juntaram-se donativos
de outros membros do ‘núcleo duro’ da família, como José Maria Ricciardi,
presidente do BESI, que financiou a campanha de Cavaco Silva com 15 mil euros.
Banqueiros como João
Rendeiro, Horácio Roque e Paulo Teixeira Pinto também contribuíram para o
financiamento da campanha cavaquista, com 22.482, 20 mil e 5 mil euros,
respetivamente. E outros, diz o DN, deram dinheiro às duas campanhas – de
Cavaco e de Soares. Foram os casos dos banqueiros Jardim Gonçalves e José
Oliveira e Costa, então presidente do BPN.
José
Guilherme, o construtor envolvido
no processo Monte Branco, também deu importantes contributos à campanha do
atual Presidente. No total, o construtor da Amadora e a sua família doaram
àquela campanha 55 mil euros, sendo que do bolso direto de José Guilherme
saíram precisamente 20 mil euros. No nome da sua mulher foram doados,
precisamente no mesmo dia, outros 20 mil. E cerca de 10 dias depois foi a vez
dos dois filhos do casal, José e Paulo, doarem cada um a generosa quantia de 15
mil euros.
Grandes
empresários de vários ramos também tiveram um papel significativo nesta
matéria. Américo Amorim, João Pereira Coutinho, Dionísio Pestana, António Mota
(Mota-Engil), Manuel Fino (SDC Investimentos), Manuel Violas (Solverde) ou Nuno
Vasconcelos (Ongoing) foram alguns nomes que fizeram da campanha de Cavaco a
mais financiada por empresários naquele ano - 2006.
E então os queridos estavam à espera de que ele pugnasse
pelos mais desfavorecidos da sociedade, que atentasse às injustiças, que
velasse pelos fracos e oprimidos do grande capital, que deitasse mão aos
desequilíbrios sociais, que fizesse alguma coisa para minorar o desemprego, que
cumprisse e fizesse cumprir a Constituição da República…
Só não sei como ainda há gente tão ingénua – ou tão não sei
quê, estupida, será? – que ainda vai votar, e, votando, legitimar – quase sacralizar
– este e outros dos negociantes e mercenários de uma ideia que originalmente
era para ser muito nobre, isso, que se chamava política.
Só não sei como ainda há gente que toma os "padrinhos", quer dizer, os espíritos, os
ricciardis, os motas, os amorins, os rendeiros por parvos que oferecem milhões a
um contabilista saloio e ex-informador da polícia política, que social, cultural e politicamente não tem onde cair morto, para ele gastar à
barbalonga e sem contrapartidas rigorosas de servidão a interesses privados...
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