sábado, 28 de fevereiro de 2015

                      


                      ANARCO-CAPITALISMO


Maquiavel - o que sabia das coisas -  pensava que o grande, o único, crime lesivo do Estado seria a introdução da anarquia. Introduzindo anarquia no funcionamento das estruturas organizativas do Estado (justiça, segurança social, educação, finanças, saúde – por exemplo) atentava-se eficazmente contra a existência mesma do Estado.
Não será doravante o Estado a garantir o bom andamento e o necessário equilíbrio da economia e dos interesses público e privado. Tiraram-lhe os meios. Anarquizaram-lhe as funções. Confundiram-lhe as obrigações. Desacreditaram-lhe as verdades.


O interesse público está flagrantemente a desinteressar a economia e a finança. E por isso os mercados, no seu funcionamento de espécie de roleta russa, serão os instrumentos únicos para garantir equilíbrios e interesses, na condição de proibir a intervenção da autoridade pública.
A intervenção da autoridade pública sobre os mercados seria a indesejável ruptura de funcionamento efectivo do único instrumento promotor de realizações económico-financeiras verdadeiramente compensadoras.


Os mercados até escusam de produzir resultados socialmente bons. E porque na disputa entre o privado e o social os mercados não podem ser justos e equitativos.
Entregues a si mesmos, os mercados produzem de preferência não mais do que exclusão. Tem mesmo que ser assim. Porque, na sua lógica falaciosa e imbatível, se uma multinacional procura a todo o preço maximizar os seus lucros estará ao mesmo tempo a servir o interesse público.




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