DEMOS
Pelo contrário, o popular tem o mais belo
de todos os nomes, a igualdade perante a lei, e não faz nada do que o monarca
faz, exerce a magistratura por sorteio e tem um poder sujeito a fiscalização
quando apresenta todos os decretos à assembleia. Portanto, proponho que se
abandone a monarquia e que se eleve o povo ao poder. É na multidão que está
todo o poder.
Megabizo, porém, exortava à instituição da
oligarquia. Conferir o poder ao povo não lhe parecia a melhor opinião. Nada há
de mais insolente e desprovido de inteligência d que o povo inútil.
Dario discordava, porque havendo três
formas de governo, democracia, oligarquia e monarquia, e sendo todas elas
ótimas no discurso, eu afirmo que a monarquia é a melhor. Nada melhor do que um
homem só, e sábio, para guiar um povo de forma perfeita. Porque na oligarquia
costumam acontecer graves inimizades pessoais entre os que administram o
Estado, inimizades que geram chacinas e assim se passa para a monarquia,
demonstrando ser a monarquia o melhor regime.
HERÓDOTO
Os nossos aliados não nos dão cavalos,
navios ou hoplitas. Dão-nos dinheiro. Dinheiro que já não pertence a quem o
paga mas a quem o recebe para que preste o serviço pelo qual o recebe. A nossa
cidade, satisfeitas as necessidades da guerra, deveria empregar as suas
disponibilidades em obras que se traduzam em glória eterna e em concreto
bem-estar enquanto se executam, criando atividades de vários géneros,
provocando as mais variadas necessidades. As obras públicas despertam todas as
artes, fazem mexer todas as mãos, dão de comer a toda a cidade, de forma que,
ao mesmo tempo que a cidade se adorna se vai alimentando por si.
PÉRICLES
O que deu mais prazer e ornamento aos
atenienses e provocou a maior admiração entre os estrangeiros e continua hoje a
testemunhar o poder da Hélade é a construção de edifícios sagrados. E todavia,
foi o mais denegrido dos atos públicos de Péricles.
PLUTARCO
Admito que o povo queira um governo do
povo. É impossível admitir que não se queira o próprio bem. Mas aquele que não
sendo do povo escolhe viver numa cidade governada pelo povo e não numa outra
governada por poucos, tem em mente uma injustiça, porque sabe que uma
democracia oferece mais garantias de impunidade aos delinquentes do que uma
oligarquia.
XENOFONTE
O ordenamento político não pode fixar por
escrito e com precisão todas as disposições. As determinações escritas são
feitas em termos universais, enquanto as práticas concretas têm a ver com as
coisas individuais. Quando o melhoramento é pouco e não é aconselhável o hábito
de abolir as leis com toda a facilidade, é claro que é necessário deixar
subsistir alguns erros dos legisladores e dos governantes. A vantagem que seria
possível obter com as alterações das leis não equivaleria ao prejuízo em que
redundaria o hábito de desobedecer aos governantes.
ARISTÓTELES
Dirão alguns que o
poder do demos não é inteligente nem justo, e que os mais capazes de governar
são os que possuem riquezas. Mas eu digo que o demos é a representação de toda
a coletividade, enquanto a oligarquia é apenas uma parte dela.
Os melhores
guardas das riquezas são os ricos, sim, mas os inteligentes podem deliberar
melhor e decidir melhor depois de terem consultado as partes, a maioria,
portanto. E estas categorias têm papéis iguais no governo do povo. Ao contrário
da oligarquia, que obriga a maioria a participar dos perigos, gozando de mais
vantagens do que os outros, ou, aliás, gozando de todas as vantagens e privando
delas os outros, que é o que desejam os ricos e os jovens.
TUCIDIDES
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